As termas e as vias respiratórias

As doenças das vias respiratórias constituem um dos principais motivos de procura de tratamentos termais. Sobretudo nos casos de rinite, sinusite e asma brônquica é muito usual o recurso à crenoterapia (assim se designa em termos médicos o tratamento que utiliza água mineral natural). São particularmente as águas sulfúreas (como por exemplo as das Termas de S. Jorge) as que melhores resultados evidenciam neste grupo de patologias.
Os tratamentos termais não devem ser encarados como “alternativos” mas antes como complementares, dentro do conjunto de medidas que o médico assistente preconiza numa estratégia terapêutica de conjunto (global).

Quando o termalista é referenciado para umas termas deve aí ser observado por um médico hidrologista. Cada caso é avaliado individualmente, sendo prescrito um conjunto de técnicas de tratamento, julgadas mais adequadas a cada situação clínica particular.

Dentro das técnicas mais utilizadas na crenoterapia das vias respiratórias, incluem-se as irrigações nasais, as pulverizações faríngeas, as inalações, as nebulizações e os aerossóis. Isto para além da possível ingestão de água termal (hidropinia) que, no caso das águas sulfúreas, é indicada em volumes muito reduzidos (30 – 70cc /dia, em geral numa única toma). É desejável que os tratamentos possam compreender um período de três semanas, pelo menos nos primeiros anos em que o termalista frequenta o balneário. Havendo resultados positivos aconselha-se posteriormente épocas de pelo menos duas semanas (uma ou duas vezes por ano).

Existe uma comprovação, alicerçada na tradição, de muito bons resultados com os tratamentos termais neste grupo de doenças. Hoje, para além desta constatação empírica cimentada ao longo de muitos anos, existem já provas científicas irrefutáveis dos benefícios que as termas podem proporcionar.

 

Prof. Pedro Cantista

(Director Clínico das Termas de S. Jorge)